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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Tsetang – Gyantse


O poderoso Yarlung Tsangpo continua ao nosso lado durante os primeiros 130 quilômetros da jornada de hoje. O vale é largo e belo, e entre os campos, que parecem uma colcha de retalhos, e as dunas de areia é possível ver uma infinidade de templos e monastérios espalhados pelas encostas. Logo após Chusul viramos à esquerda,  em uma estrada lateral e seguimos para o passo de Kamba-La pass, que sobe quase 1.200 metros de altitude em menos de 24 quilômetros. No topo da passagem, uma vista deslumbrante se abre, até o lago Yamdrok-tso e, ao longe, avistamos os picos de 7.600 metros que marcam a fronteira com o Butão.








Seguimos a costa para Nagartse, a maior aldeia na margem do lago e um bom lugar (e o único lugar) para almoçar. Karo-La, entre Nagartse e Gyantse, nosso destino de hoje, é um outro passo de mais de 4.800 metros que oferece vistas fantásticas, desta vez para uma geleira de 7.300 metros do pico Nojin-Kangtsang.



Vale a pena entrar em Gyantse cedo, porque esta cidade apresenta duas atrações muito interessantes. O monastério com a sua Kumbum, uma stupa de 35 metros cheio de murais e estátuas (Kumbum significa 100.000 imagens)






e no alto de um morro do outro lado da Cidade Antiga está sua fortaleza, o Dzong Gyantse, o único dzong no Tibet, que não foi destruído durante a Revolução Cultural.


(colocar a foto Tsetang – Gyantse IX)A recompensa para a subida de 20 minutos até o topo são incríveis vistas para o vale Nyang e para o mosteiro, incluindo a Kumbum – adivinha, ninguém subiu... Detalhe do restaurante do jantar...



Langxian – Tsetang


Ao sair de Langxian, o pavimento acaba e a estrada se transforma em uma trilha, esculpido no lado da montanha, bem acima do Tsangpo (Rio) Yarlung (bem estilo Indiana Jones…)





Por cerca de 80 quilômetros, seguimos o Yarlung, para em seguida, deixá-lo e atravessar os 5.000 metros do passo de Batang-La.



Nossa primeira baixa, uma Jaeling pifou... mas encontramos com restos de coisa pior...



e sobe,





sobe,




para comemorar no topo, até com direito a neve!




E depois descer para um merecido descanso





apenas para se encontrar com o fluxo poderoso novamente em Rongxian, 50 quilômetros a oeste. Estamos agora na província de U, o coração histórico, cultural e modernos do Tibet.

O Vale do Yarlung é considerado o berço da civilização tibetana, eram os reis locais, notadamente Songtsen Gampo, que unificou o país no século 7, daí o nome da dinastia Yarlung. Com 50.000 habitantes Tsetang é a maior cidade do vale, próximo da cidade velha de Tsetang está Gangpo Ri, uma das quatro montanhas sagradas em Ü. Se alguém tivesse condições, rs rs rs, poderia caminhar até o topo e ver a Caverna do Macaco, o berço lendário do povo tibetano. Mas preferimos tomar uma cerveja no jardim do hotel, provavelmente o melhor em toda da viagem.

Bayi – Langxian


Hoje chegaremos ao ponto mais baixo da viagem, apenas 2.920 metros acima do nível do mar (e como eu dormi bem!!!!). Deveriamos passar pelo Monastério Buchu, recém restaurado e rumar para o sul, mas ficamos no hotel... Aqui, fazemos check in no hotel e o guia tibetano fez nosso check in na delegacia, e os passaportes ficaram lá... E a gente, esperando no hotel, sem poder ir a lugar nenhum... por sorte tivemos autorização para andar pela cidade e visitamos uma espécie de jardim botânico onde está o cedro mais antigo do Tibet, com cerca de 2.600 anos, com oportunidade para boas fotos.






 Liberados na parte da tarde, visitamos um pequeno Monastério – o único que não cobrou entrada e que nos  deixou fotografiar. (colocar fotos Bayi – Langxian IV a VI)– 




Seguimos para Langxian, acompanhando o rio mais poderoso e mais importante do Tibete, o Tsangpo Yarlung. A partir daqui, 210 km em uma estrada, maravilhosa,  recém-pavimentada, junto ao rio, através de um país selvagem, distante e belo.

Bayi


Hoje deixamos Lhasa rumo leste, para a província conhecida como Kham. A porta de entrada para Kham é um passo chamado Pa-La, com exatos 5.014 metros acima do nível do mar.

Ao contrário do deserto, seco como o oeste do Tibet, Kham é verde, com encostas cobertas de florestas. Passamos por pequenas aldeias com casas bem conservadas, a maioria tem belas portas pintadas e flores nas janelas (rodando não deu para tirar foto...). Estamos rodeados por altas montanhas, algumas cobertas de neve, e é muito difícil acreditar que estamos a uma altitude de mais de 3.000 metros.

Nosso destino é Ba Yi, um assentamento militar chinês. O nome significa Oito - Um, uma referência à data de fundação do Exército Popular de Libertação, em 01 de agosto de 1927.








Além disto, o guia chinês informou com a maior tranquilidade do mundo que as fronteiras do Tibet estavam fechadas para estrangeiros... ninguém entra e ninguém sai... mas que não era motivo para preocupações, pois até a data de nossa volta para Chengdu, já deveria estar tudo em ordem.

Lago Nam Tso



Com a habilitação chinesa na mão e as motos liberadas, só nos resta rodar!!!!

Lago Nam Tso é o lago mais alto do mundo (com um tamanho razoável) e uma das mais belas paisagens naturais no Tibet. É também um dos últimos lugares onde você pode ver nômades tibetanos, os drokpas e seu modo de vida, que está ameaçado de extinção.

No caminho, um passo coloca nossa resistência altitude a prova: Lachen-La, 5.270 metros é surpreendente alto! Já nos 4.500 a moto começa a falhar, e daí para frente, rodando no limite do que a moto aguenta...





Na ponta de uma península na costa sul do lago fica o Monastério de Tashi, formado por várias pequenas capelas. Com a água azul-turquesa do Lago Nam Tso e os picos nevados de Nyenchen Tanglha como pano de fundo, oferecem uma visão verdadeiramente espetacular... fiquei devendo, os 4.850 metros de altitude não deixaram... andei do restaurante até o lago, todo valente por que estava me sentindo bem na altitude... devia ter alugado em cavalo (sim, tem cavalo para alugar e ficar andando para cima e para baixo nos pontos turísticos do lago).

O pior foi a noite, já de volta em Lhasa, como dormi mal... mas a visita ao lago valeu a pena!





sexta-feira, 25 de maio de 2012

Lhasa - "Dia livre"


No século VII,  o Tibet foi unificado pela primeira vez e Gampo Songtsen, o Rei, fez de Lhasa sua capital e  o Jokhang, coração da cidade antiga, remonta a esta época. Mais tarde, o centro do poder deslocou-se para outros lugares no Tibet, mas em 1642 o quinto Dalai Lama transferiu sua sede para Lhasa, onde construiu o Palácio Potala, de longe, a estrutura mais famoso do Tibet e um símbolo para o Dalai Lama, para o budismo tibetano, para o país e sua luta pela liberdade.



A Lhasa dos dias de hoje tem cerca de 500.000 habitantes, cerca de 20 vezes mais do que a 50 anos atrás, e pelo menos dois terços da população é composta por chineses. O marco mais famoso de Lhasa é, naturalmente, o Palácio Potala, uma enorme fortaleza localizado no alto de uma colina a oeste da Cidade Velha. Por mais de 300 anos foi o lar do Dalai Lama e da sede do governo tibetano, até que, em 1950, a China invadiu o Tibet. Desde a fuga do atual 14 º Dalai Lama para a Índia em 1959, o Potala permanece dormente como um museu.



A estrutura religiosa mais reverenciada no Tibet é o Jokhang, um templo fundado por volta de 640 DC "Carregado com o cheiro de manteiga de iaque, com o murmúrio dos mantras e a movimentação dos peregrinos , o Jokhang é uma inigualável experiência tibetana" (Lonely Planet).



A área em torno do Jokhang é chamado Barkhor, uma interessante mistura de circuito de peregrinação e mercado tibetano.